segunda-feira, 4 de abril de 2016

...um 'M' como elo

Pra começar, me desculpe o mal jeito enferrujado. E me desculpe pela demora em te teorizar. Mas sabe, meu amor, já há algum tempo venho te rascunhando e tentando te condicionar em palavras. Escrevo e apago, releio e acho injusto. Acho injusto por ter que seguir padrões da língua que se repetem, quando nossa linguagem é em outra frequência, outra sintonia. Mas acho mais injusto ainda, não te lerem através de mim. Ainda mais sendo você. Sabe, meu amor, eu já meio que te amava quando as estrelas te apontaram pra mim no acaso. E eu já meio que te amava quando devaneamos juntos pela primeira vez, migrando para uma dimensão só nossa. Talvez tenha sido a energia, a sinergia, a magia. Talvez a liberdade em poder só ser. Talvez a intimidade que encontrei no seu olhar. Ou talvez, tudo isso tenha sido consequência de algo muito maior. E por consequência disso tudo, que eu não vejo mais outra mão na minha, além da sua. Apesar dos apesares, e esses apesares serem dolorosos km's, me sinto infinita. Me sinto infinita por poder te amar e amar todas as entrelinhas do nosso amor. Por poder sentir sua falta e por sentir a dor de não poder te contar as coisas do meu dia, deitada no seu colo. Me sinto infinita por ter sua alma, colorindo a minha. E sabe, meu amor, quero ser com você. Quero dividir uma pizza e uma coca. Quero dividir um vinho, uma risada, uma indecisão boba, uma tarde preguiçosa na cama. Quero dividir, pra transbordar. Quero dividir, porque não faz mais sentido olhar pras estrelas e não lembrar nossa história. E insisto em dizer, que mesmo tendo verbalizado essa história aqui, te escrevi em mim, no mais secreto do meu ser, para poder delirar na sua leitura, enquanto sussurra nosso amor, fazendo uso da nossa linguagem.

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