sexta-feira, 13 de abril de 2012

quando você casar, sara.

Quando criança, lembro-me de cair, e com os joelhos ralados, deixar as lágrimas inundarem meus olhos. Meu pai então, com um sorriso 'conserta-tudo' apenas dizia: 'Quando você casar, sara'. E pronto, era o bastante para que acalmasse meu emocional, embora a dor não cessasse de imediato. Então, como se fosse por magia, dali a uns dias, o machucado desaparecia, sarava, sem que eu sequer precisasse realmente de um casamento. As coisas poderiam ter continuado a ser assim, simples, fácil e indolor - em partes. Doeu? Doeu. Mas logo passa, como todos os outros machucados de antigamente. Mas não, hoje não é mais bem assim. Você entra na brincadeira sem medir perigos, e então brinca e deixa ser brincada. Moleca e se aventura, inconsequentemente. Sem receios. Pede bis. E no fim de tudo, o mais forte ganha, puxando seu tapete. Você cai, ganhando todos os machucados que uma brincadeira dessas proporciona. Chora, delira, pira. E insanamente desatina na própria dor. Seu emocional busca as palavras que o serenam: 'Quando você casar sara'. E serenamente se ilude. Casamento-Amor-Esperança. E então o ciclo se refaz.

Nenhum comentário: