Tenho me mantido calada por um motivo desconhecido, mas existente. Talvez seja a falta de experiência, talvez a espera de um aval silencioso, talvez a falta de palavras, ou então, algo menos dramático, a rotina, a bendita.
Mas fatos são fatos, e se é bem mais fácil escrever sobre um desejo, uma ficção, uma realidade inventada. Quando os fatos mudam, e a realidade é sua ficção produzida, me diga, o que escrever? E desde quando falar de amor é fácil? Alimenta? Arde? Basta? Até quando? Doce ou amargo? No fim das contas, o que é? Rabisco a folha em busca da tradução perfeita. Será o amor inexplicável? Será doar-se para outra pessoa? Um ombro encostado em sua cabeça? Ou será 'fogo que arde sem se ver?' Me arrisco mais um pouco. Amor é loucura, é doçura, é saudável e diabético. Controverso. Saudade, vontade. Mãos dadas na multidão. Jamais clichê. Silencioso pingado com ruído. Ponto de interrogação. Reticências.
É uma folha rabiscada, uma mente confusa, um coração ansioso e uma saudade constante.
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